sábado, 12 de setembro de 2009

De volta para casa!


Era para ser uma viagem normal. Eu devia, apenas, ter pego o ônibus da minha cidade até João Pessoa, depois entrar em um táxi e chegar rapidinho em casa. Todo o processo levaria no máximo 5 horas, se não fosse uma belíssima carona que a minha mãe descolou para mim.

Primeiro o cara falou que ia me buscar às 10 horas da manhã na minha casa; quando chegou era quase 1 hora da tarde. Começamos bem. No caminho, ele me disse que precisava parar na próxima cidade para atender uns clientes, e que ia me deixar na churrascaria de um amigo. “Tudo bem”, eu pensei. Não levaria muito tempo. Fiquei sentada durante, aproximadamente, três horas esperando por ele. Liguei para minha mãe, já muito nervosa, achando que ele tinha ido embora com as minhas malas, e havia me deixado só, até que ele apareceu. Ufa! Que alívio!

Seguimos a viagem em uma velocidade acima de 120km/h. Chegamos à cidade, onde ele deveria me deixar, em um tempo de 40 minutos, o que deveria levar 1 hora e meia. Imaginem a minha cor, meu semblante. Nós quase batemos de frente com uma Saveiro, por causa da má ultrapassagem que ele fez. Louco! Não consegui mais ficar calada, e perguntei se ele achava que eu tinha sete vidas, porque se ele estivesse pensando assim, só me restava uma, agora. E ele deveria ter muito cuidado. Muito cuidadinho, né, anjo? (risos)

Chegando à cidade onde eu deveria pegar o próximo carro, agradeci a Deus por estar viva e tratei, logo, de ver como iria me virar a partir dali. O cara veio e disse que havia um amigo dele que me levaria. Eu fui. Achei que pior não poderia ficar. Mas, ficou. Eu topei ir com esse tal amigo, que me levaria até a minha casa. Ele pediu que eu esperasse enquanto ele conseguia mais passageiros, para poder seguir viagem. Fiquei lá sentada, até que vi dois homens vindo em direção ao carro. Eram dois caras enormes. Eles entraram no carro e me espremeram entre eles. Meu Deus! Inventei, logo, que estava passando mal e pedi a um dos homens para trocar de lugar comigo. Claro que ele aceitou. Saímos, então, rumo a minha cidade. Tudo caminhava bem. O homem dirigia bem, respeitava as leis do trânsito, tinha cuidado ao fazer as ultrapassagens. Eu já tinha fechado os olhos, encostado a cabeça na porta do carro e tentado dormir um pouco, mas de repente senti que o carro parou, e abri os olhos depressa. Caraca! Eu quase não acreditei, quando vi que ia entrar mais uma pessoa dentro daquele Fiat. Já estava horrível ir ali atrás apertada, parecendo uma sardinha enlatada, imagina mais uma pessoa conosco. O que eu fiz? Sorri. Eu ia fazer o quê? Eu não podia descer e ficar sozinha no meio do caminho. Era preciso encarar aquilo tudo, e a melhor forma que encontrei foi sorrir. Depois de alguns instantes, eu já estava falando sobre futebol com os caras e rindo mais ainda. E a viagem seguia em paz. Encostei, outra vez, a cabeça na porta, e passei todo o caminho pensando nele. Como eu queria chegar e poder abraçá-lo, mas não seria possível. Quando a noite caiu, o céu ficou repleto de estrelas e a lua saiu mais bela que nunca; só que ela parecia solitária e minha estrela não estava por perto. Então, decidi ficar ali, lhe fazendo companhia, para que nem ela, nem eu, ficássemos tristes. Depois de algumas horas, cheguei, finalmente, em casa e pude respirar aliviada. Mas aprendi uma lição muito importante nesta noite: nada de carona, por longos anos.

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