sábado, 7 de novembro de 2009

Noites tenebrosas.


As luzes ficaram baixas outra vez. Foi a escuridão da noite, que, quando misturada com o reflexo da lua, fez nascer sombras tenebrosas nas paredes.
Os olhos não conseguiram mais descansar depois de verem a imagem pálida por trás do vidro. Pôde-se notar o medo tomar conta do seu corpo, no momento em que o vidro quebrou. Só que conseguiu que tudo continuasse calmo. No entanto os olhos não conseguiram mais descansar. E não conseguiram por muito tempo, mesmo com tanto esforço. Eles ficaram a observar os traços, na esperança de encontrar um pequeno vestígio de erro e, assim, poderem se acalmar.
Horas, horas e mais horas se passaram e nada foi encontrado. Os traços se desfizeram sem dar nenhuma resposta. Os olhos, por fim, desistiram de procurar o que desde o começo estava ali, na sua frente. Nada poderia vir da boca, nem da pele. Todos se encontravam, agora, inertes por causa da escuridão.
As mãos decidiram, então, participar da busca. Agarraram-se naqueles dedos e procuraram por força. Não encontraram.
Era preciso um retorno, atenção, dedicação, carinho para que as sombras se desfizessem e o rosto sorrisse. Por fim, nada de respostas. Os olhos se tocaram, as mãos soltaram lágrimas e acabaram por desistir.

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